“O mundo tornou-se perigoso, porque os homens aprenderam a dominar a natureza antes de se dominarem a si mesmos.”
Albert Schweitzer
Quando falamos sobre viver de forma natural, esbarramos em algumas distorções e ideias preconcebidas do que isso pode representar, além de uma série de radicalismos que nos levam a gastar o nosso tempo, perdidos em uma densa e obscura névoa de infinitas e infrutíferas discussões, enquanto a natureza sofre e pede socorro sem ser atendida.
A Sustentabilidade Sob a Perspectiva Sociopolítica
Essas posturas radicais e preconceituosas acabaram criando uma espécie de grupo fechado, ao qual só os seguidores de suas doutrinas têm acesso, ostentando uma imagem de virtude e superioridade, criando o espaço adequado para a proliferação de oportunistas e proselitistas, dispostos a convencer os incautos a lutarem por causas aparentemente nobres, mas que não passam de fachadas utilizadas para esconder os seus verdadeiros interesses escusos, criando um exército de inocentes úteis para suas atividades duvidosas, afugentando aqueles que estariam efetivamente aptos a um propósito elevado, limitando, dessa maneira, a qualidade e a quantidade de mãos e mentes que poderiam fazer a diferença no que diz respeito à preservação da natureza.
Essa conduta nefasta produz e mantém conflitos que vão de divergências políticas a filosóficas, passando por questões morais e éticas, que não permitem um consenso sobre as perspectivas contempladas e os planos a serem executados, engessando as iniciativas práticas na medida em que se priorizam os questionamentos teóricos e entraves burocráticos, fazendo prevalecer a indecisão e a inércia.
A Diversidade
Essas divergências, contanto que autênticas e honestas, poderiam, por outro lado, ser positivas, desde que delas não se criassem rivalidades contraproducentes e excludentes.
O caráter positivo da diversidade de pensamentos gerada a partir dessas diferenças estaria na possibilidade da criação de diversas frentes de pesquisa, desenvolvimento e ação, e, por consequência, da construção de novos conhecimentos que devem ser compartilhados sem partidarismo e sem sectarismo de natureza alguma, tendo como objetivo uma causa comum: a sustentabilidade.
O Nosso Posicionamento
Temos autonomia para decidir a nossa linha de pensamento e ação e, geralmente, não nos agrada que nos digam o que pensar ou o que fazer, sobretudo se for algum tipo de imposição ideológica que vá contra os nossos princípios.
Portanto, nós do Natural FreeMind, temos um posicionamento muito claro.
Uma vez que somos guiados pela luz da Espiritualidade Pura e movidos pela voz de nossas almas, almejamos a preservação do que é necessário para a manutenção da Existência como um todo, e não a mera sobrevivência da espécie humana, como se a natureza fosse um depósito de recursos destinados a atender às nossas necessidades e desejos.
Esse posicionamento é isento de radicalismos, e nele a tecnologia, a arte e a estética são bem-vindas e necessárias. Por exemplo, se apreciamos as formas do concreto e gostamos do vidro, por que não utilizá-los, desde que harmoniosamente integrados à natureza, em equilíbrio e causando o menor impacto possível?
É irreal acreditar que a ação humana possa ter zero impacto, seja construindo com concreto ou com barro. Na verdade seria antinatural, seria antiexistencial, porque a Existência só se mantém pelo desequilíbrio, pela contraposição dos opostos, gerando as nuances que criam a realidade: o claro e o escuro, o som e o silêncio, o alto e o baixo…
A natureza deseja essa transformação, e o ser humano é um agente transformador da natureza como outro qualquer.
É curioso como apartamos o homem da sua condição natural quando o classificamos como um agente cuja ação resulta em algo artificial. A definição da palavra “artificial” no dicionário do Google é: “produzido pela mão do homem, não pela natureza”.
A casa de um joão-de-barro é natural, a casa de um ser humano é artificial. Por que? É verdade que, se compararmos o impacto que cada uma causa no meio ambiente, a do pássaro será muito menor, mas não é essa a questão, estamos falando sobre ser natural ou artificial.
Na verdade não existe nada artificial na face da Terra, nada acontece na natureza sem que ela o permita, inclusive os resultados da ação humana, e tudo o que a natureza permite, é natural.
Por outro lado, o material classificado como artificial produzido pelo homem é um subproduto da verdadeira artificialidade criada na sua psique, o consumismo que alimenta o monstro em que se tornou a sociedade, o grande ego.
Além disso, a natureza possui seus próprios mecanismos de regulação em que todo excesso é compensado e reequilibrado, caso contrário, o seu causador é eliminado.
O ser humano conseguiu estender os limites da sua ação em relação a esses mecanismos de regulação do meio ambiente, um dom que a própria natureza lhe concedeu através do incremento da sua inteligência, mas até certa medida, que, uma vez ultrapassada, o ambiente reage, por exemplo, através da desertificação de uma área agredida pelo ser humano. Isso não é um mero sintoma, não é uma ocorrência passiva, mas sim a rebelião da natureza reagindo à agressão, em que o desequilíbrio causado punirá também o seu causador, porque, o que a natureza sofre, o homem também sofre. A natureza nunca é vítima.
O Ponto de Atuação
E é aí que devemos atuar: na conscientização de que esse dom, essa autonomia ampliada do ser humano, deve ser utilizada com sabedoria e à favor da Existência.
A ideia não é retirar da humanidade o nível de segurança e conforto que ela conquistou durante o seu árduo processo evolutivo, mas sim eliminar as distorções estabelecidas na nossa psique pela sociedade, como o consumismo, por exemplo, que funciona sob a perspectiva de que precisamos comprar muito mais coisas do que aquelas que necessitamos para viver, e da noção de que seremos felizes na medida em que as compramos.
Por esse motivo, não nos ateremos às questões filosóficas, não mais do que o suficiente para uma compreensão básica do que é necessário, não ditaremos regras, não estabeleceremos princípios morais e éticos, não nos curvaremos a posições políticas ou ideológicas, não faremos ameaças.
Somos a favor da inteligência independente e, sobretudo da ação efetiva lastreada pela razão, e a razão, por sua vez, alimentada pelos influxos da Consciência Superior, porque, onde há Consciência Superior, há sabedoria, e onde há sabedoria, não são necessárias as regras frias e ineficazes dos burocratas.
Por isso, nós do Natural FreeMind, deixaremos de lado as especulações infrutíferas para meter a mão na massa e produzir conteúdos, trazendo informações e dicas importantes para tornar mais efetivas as nossas ações de preservação da natureza, e mais belas e naturais as nossas vidas.